Matéria publicada na edição de domingo, 19 de junho, do diário Tribuna do Norte.
Ugo Monte - Historiador e rockeiro
Na próxima quarta-feira, dia 22, o projeto cultural Diálogos Criativos - que conta com o apoio editorial da TRIBUNA DO NORTE - concluirá sua quarta temporada de eventos, a do primeiro semestre de 2011, com um encontro-show sobre a gênese do rock.
De origem negra e africana desconhecida, o gênero nasceu nos campos de trabalho escravo no cotton belt, ao longo do vale do rio Mississipi. No sul dos Estados Unidos ganhou o apelido de Jim Crow, alvo da intolerância racial que vicejava desde o fim da Guerra Civil. Tentando escapar da miséria e da exploração, mudou-se para os guetos negros da zona industrial pobre no South Side em Chicago ou no Harlem, em Nova York. Com a vida urbana, transpôs os limites da comunidade e se espalhou pelo país. Apesar da segregação racial, foi aos poucos vencendo a resistência conservadora e arregimentando corações e mentes rebeldes dos teenagers de sua geração. Tudo aconteceu muito rápido, da ascensão à queda.
Foi taxado como vulgar, delinqüente e ultrapassado em sua terra natal e, sem perspectivas, atravessou o atlântico aportando no norte da Inglaterra. Da febre que tomou conta de Liverpool, ganhou ares cosmopolitas na atmosfera londrina e fincou raízes no coração do Império, tornando-se britânico por adoção. Primeiro reconquistou a América e de lá tornou-se cidadão do mundo. No período mais turbulento da história contemporânea, incorporou diversas influências e abraçou todas as causas libertárias. Na vanguarda de seu tempo, tornando-se ícone e vetor das transformações culturais que colocaram em cheque, ao menos por um breve instante, o establishment. Um movimento anárquico e revolucionário, ao mesmo tempo e em toda parte: em Paris, São Francisco ou Praga, conseguiu mobilizar os jovens do mundo.
Em pouco tempo, a utopia caiu na real, mas foi ela a grande semeadora da mudança que tomou conta do mundo, desafiando os padrões de comportamento, ditando moda, rompendo preconceitos, quebrando regras e atravessando fronteiras, criando uma linguagem quase universal nos nossos dias, apesar das imensas barreiras culturais. Linguagem que ainda preserva o significado de liberdade e transgressão, mesmo após tanto tempo. Hoje, esse senhor quase sexagenário não é mais o mesmo, mas conserva o vigor, na celebração da obra de seus heróis e mitos e renasce a cada dia em que novos garotos, em qualquer garagem desse planeta, se reúnem em nome dele.
O encontro dos Diálogos Criativos, com entrada franca e intitulado Let's rock (1954-1969): música, rebeldia e contracultura, acontecerá às 19:30 no Auditório da Livraria Siciliano, no terceiro piso do Midway Mall e contará com a participação dos rockeiros Ugo Monte e Marco Navarro, do percussionista Marcel Dore e do guitarrista e compositor Guilherme Bezerra. O diálogo estará entremeado por apresentações dos músicos presentes, que realizarão um show de rock alternado à conversa, interpretando clássicos do gênero de Elvis Presley aos Beatles, de Chuck Berry aos Rolling Stones, de Bob Dylan aos Doors.
Os Diálogos Criativos são uma iniciativa do jornalista, educador, pesquisador e promotor cultural Antonino Condorelli e abrem instigantes discussões, consolidando-se como um importante espaço para o exercício livre do pensamento e a troca de experiências e emoções em Natal.
Ugo Monte - Historiador e rockeiro
Na próxima quarta-feira, dia 22, o projeto cultural Diálogos Criativos - que conta com o apoio editorial da TRIBUNA DO NORTE - concluirá sua quarta temporada de eventos, a do primeiro semestre de 2011, com um encontro-show sobre a gênese do rock.
De origem negra e africana desconhecida, o gênero nasceu nos campos de trabalho escravo no cotton belt, ao longo do vale do rio Mississipi. No sul dos Estados Unidos ganhou o apelido de Jim Crow, alvo da intolerância racial que vicejava desde o fim da Guerra Civil. Tentando escapar da miséria e da exploração, mudou-se para os guetos negros da zona industrial pobre no South Side em Chicago ou no Harlem, em Nova York. Com a vida urbana, transpôs os limites da comunidade e se espalhou pelo país. Apesar da segregação racial, foi aos poucos vencendo a resistência conservadora e arregimentando corações e mentes rebeldes dos teenagers de sua geração. Tudo aconteceu muito rápido, da ascensão à queda.
Foi taxado como vulgar, delinqüente e ultrapassado em sua terra natal e, sem perspectivas, atravessou o atlântico aportando no norte da Inglaterra. Da febre que tomou conta de Liverpool, ganhou ares cosmopolitas na atmosfera londrina e fincou raízes no coração do Império, tornando-se britânico por adoção. Primeiro reconquistou a América e de lá tornou-se cidadão do mundo. No período mais turbulento da história contemporânea, incorporou diversas influências e abraçou todas as causas libertárias. Na vanguarda de seu tempo, tornando-se ícone e vetor das transformações culturais que colocaram em cheque, ao menos por um breve instante, o establishment. Um movimento anárquico e revolucionário, ao mesmo tempo e em toda parte: em Paris, São Francisco ou Praga, conseguiu mobilizar os jovens do mundo.
Em pouco tempo, a utopia caiu na real, mas foi ela a grande semeadora da mudança que tomou conta do mundo, desafiando os padrões de comportamento, ditando moda, rompendo preconceitos, quebrando regras e atravessando fronteiras, criando uma linguagem quase universal nos nossos dias, apesar das imensas barreiras culturais. Linguagem que ainda preserva o significado de liberdade e transgressão, mesmo após tanto tempo. Hoje, esse senhor quase sexagenário não é mais o mesmo, mas conserva o vigor, na celebração da obra de seus heróis e mitos e renasce a cada dia em que novos garotos, em qualquer garagem desse planeta, se reúnem em nome dele.
O encontro dos Diálogos Criativos, com entrada franca e intitulado Let's rock (1954-1969): música, rebeldia e contracultura, acontecerá às 19:30 no Auditório da Livraria Siciliano, no terceiro piso do Midway Mall e contará com a participação dos rockeiros Ugo Monte e Marco Navarro, do percussionista Marcel Dore e do guitarrista e compositor Guilherme Bezerra. O diálogo estará entremeado por apresentações dos músicos presentes, que realizarão um show de rock alternado à conversa, interpretando clássicos do gênero de Elvis Presley aos Beatles, de Chuck Berry aos Rolling Stones, de Bob Dylan aos Doors.
Os Diálogos Criativos são uma iniciativa do jornalista, educador, pesquisador e promotor cultural Antonino Condorelli e abrem instigantes discussões, consolidando-se como um importante espaço para o exercício livre do pensamento e a troca de experiências e emoções em Natal.
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