quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fotos do encontro de quarta-feira, 22 de junho - LET'S ROCK (1054-1969): MÚSICA, REBELDIA E CONTRACULTURA

Auditório lotado e riquíssimo conteúdo no encontro-show de rock 'n roll que encerrou a temporada do primeiro semestre de 2011 dos Diálogos Criativos. Às 22:00, após duas horas e meia de encontro e apesar do cansaço e o calor, ninguém queria sair: mais um encontro que deixou todo o público com gostinho de quero mais!

Aguardamos vocês em nossa segunda temporada deste ano, que começará em setembro.

Obrigado a tod@s pela participação!







sábado, 18 de junho de 2011

Encontro-show debate as origens do rock-roll

Matéria publicada na edição de domingo, 19 de junho, do diário Tribuna do Norte.

Ugo Monte - Historiador e rockeiro

Na próxima quarta-feira, dia 22, o projeto cultural Diálogos Criativos - que conta com o apoio editorial da TRIBUNA DO NORTE - concluirá sua quarta temporada de eventos, a do primeiro semestre de 2011, com um encontro-show sobre a gênese do rock.

De origem negra e africana desconhecida, o gênero nasceu nos campos de trabalho escravo no cotton belt, ao longo do vale do rio Mississipi. No sul dos Estados Unidos ganhou o apelido de Jim Crow, alvo da intolerância racial que vicejava desde o fim da Guerra Civil. Tentando escapar da miséria e da exploração, mudou-se para os guetos negros da zona industrial pobre no South Side em Chicago ou no Harlem, em Nova York. Com a vida urbana, transpôs os limites da comunidade e se espalhou pelo país. Apesar da segregação racial, foi aos poucos vencendo a resistência conservadora e arregimentando corações e mentes rebeldes dos teenagers de sua geração. Tudo aconteceu muito rápido, da ascensão à queda.

Foi taxado como vulgar, delinqüente e ultrapassado em sua terra natal e, sem perspectivas, atravessou o atlântico aportando no norte da Inglaterra. Da febre que tomou conta de Liverpool, ganhou ares cosmopolitas na atmosfera londrina e fincou raízes no coração do Império, tornando-se britânico por adoção. Primeiro reconquistou a América e de lá tornou-se cidadão do mundo. No período mais turbulento da história contemporânea, incorporou diversas influências e abraçou todas as causas libertárias. Na vanguarda de seu tempo, tornando-se ícone e vetor das transformações culturais que colocaram em cheque, ao menos por um breve instante, o establishment. Um movimento anárquico e revolucionário, ao mesmo tempo e em toda parte: em Paris, São Francisco ou Praga, conseguiu mobilizar os jovens do mundo.

Em pouco tempo, a utopia caiu na real, mas foi ela a grande semeadora da mudança que tomou conta do mundo, desafiando os padrões de comportamento, ditando moda, rompendo preconceitos, quebrando regras e atravessando fronteiras, criando uma linguagem quase universal nos nossos dias, apesar das imensas barreiras culturais. Linguagem que ainda preserva o significado de liberdade e transgressão, mesmo após tanto tempo. Hoje, esse senhor quase sexagenário não é mais o mesmo, mas conserva o vigor, na celebração da obra de seus heróis e mitos e renasce a cada dia em que novos garotos, em qualquer garagem desse planeta, se reúnem em nome dele.

O encontro dos Diálogos Criativos, com entrada franca e intitulado Let's rock (1954-1969): música, rebeldia e contracultura, acontecerá às 19:30 no Auditório da Livraria Siciliano, no terceiro piso do Midway Mall e contará com a participação dos rockeiros Ugo Monte e Marco Navarro, do percussionista Marcel Dore e do guitarrista e compositor Guilherme Bezerra. O diálogo estará entremeado por apresentações dos músicos presentes, que realizarão um show de rock alternado à conversa, interpretando clássicos do gênero de Elvis Presley aos Beatles, de Chuck Berry aos Rolling Stones, de Bob Dylan aos Doors.

Os Diálogos Criativos são uma iniciativa do jornalista, educador, pesquisador e promotor cultural Antonino Condorelli e abrem instigantes discussões, consolidando-se como um importante espaço para o exercício livre do pensamento e a troca de experiências e emoções em Natal.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fotos do encontro de 08 de Junho - JUNTOS PELA PAZ: DISCUTINDO O DESARMAMENTO

Debate de altíssimo nível e com instigantes possibilidades de desdobramentos no encontro de quarta-feira, 08 de junho, sobre o tema do desarmamento... dos corações e das mentes, antes de qualquer outro. Mais uma demonstração de que, com muito ou com pouco público, os Diálogos Criativos deixam sua marca pela qualidade das discussões promovidas.

Obrigado a tod@s que participaram!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Fenômeno do bullying: repercussões e desdobramentos dos Diálogos Criativos

Ratransmitimos um texto de Anderson Soares - historiador, educador e psicopedagogo - sobre o fenômeno do bullying, provocado pelas intervenções do professor Herculano Campos e da pesquisadora de pós-graduação Maria Aparecida Cunha durante o encontro dos Diálogos Criativos do dia 11 de maio.

Fenômeno do bullying esscolar: reflexo da sociedade da intolerância

Por Anderson Soares

A exacerbação das conseqüências das mudanças e transformações, resultantes no século XXI, tem se refletido de forma impactante nos ambientes escolares e uma delas é a intensificação da intolerância às diferenças, que neste momento tem gerado reflexões de educadores, psicólogos, sociólogos, etc.

As transformações sócio-econômicas e principalmente comportamentais trazem imensos desafios para os ambientes escolares, que parecem impotentes diante do anúncio de uma nova e complexa sociabilidade da qual os modelos tradicionais de educação não estão dando conta. Os pais dos alunos também parecem desorientados e perplexos diante da sua responsabilidade na formação pessoal e educacional de seus filhos. Estes pais não sabem lidar com as questões afetivas num cotidiano de pouco cultivo dos valores humanos.

Os vínculos humanos, consumados sob a égide das transformações citadas, são substancialmente frágeis e empobrecidos afetivamente (volúveis e descartáveis). Como conseqüência, não é projeto e nem prioridade para pais e mães a formação e educação de seus filhos, mesmo que estes pais acreditem na educação no ambiente familiar como sendo mero suprimento das necessidades materiais.

Aqueles que seriam os responsáveis pela formação pessoal e afetiva de seus filhos parecem impotentes diante da realidade dos mesmos que são expostos a excesso de informação, apegados a tecnologias e aos jogos eletrônicos, desmedidos no culto à estética, adeptos a futilidades diversas, doentiamente consumistas, emocionalmente precários, afetivamente embotados e quase nunca cultivam os valores humanos. Independente das diferenças econômicas entre os diversos responsáveis (pais, mães, cuidadores) todos vivenciam a mesma mazela psicossocial; tanto o executivo loiro, que usufrui todo privilégio do poder econômico (curso “superior”, bairro “nobre”, lugares “sofisticados”) e supre as necessidades materiais do filho quanto o pardo semi-alfabetizado (invisível socialmente) que se mantém com sua modesta carrocinha de cachorro-quente e minguados recursos.

O resultado macabro, nestas crianças e adolescentes que pouco recebem de afeto e orientação de seus pais (ou cuidadores), é, nos ambientes escolares, o seu comportamento problemático e permissivo, oriundo da precariedade emocional e desleixo em suas formações. Estamos nos referindo à infância e à adolescência como etapas de desenvolvimento primordiais à formação de futuros adultos que vão se expor às questões de ética, tolerância, cultivo dos valores humanos, percepção das próprias emoções e experiências de limites e frustrações. Diante desta realidade, o poder do exemplo e referência dos pais deveriam ser imperativos.

O que nós conhecemos como bullying, nos ambientes escolares, nada mais é do que um reflexo da sociedade da intolerância, na qual cada ser social doente reproduz as mazelas e valores conforme seu contexto. As agressões morais, simbólicas, opressão econômica, insultos, desrespeito à diferença, fazem parte do cotidiano de uma estrutura social doentia em que o ter sobrepuja o ser, o poder econômico prevalece diante dos valores humanos (tão pouco cultivados e subestimados pela sociedade quase psicopática).

A intolerância em nossa sociedade é estimulada de diversas formas, principalmente no campo simbólico. Reflitamos sobre a ideologia implícita nos valores que são cultivados, nos comportamentos que são glorificados, no que está embutido nos programas e propagandas da TV burrificadora, nos tipos físicos expostos nas capas de revista e outdoors. Também as religiões…Prestemos atenção aos discursos de “fraternidade” de padres, pastores e demais charlatães de várias tinturas e genealogias.

Lembremos que os nazistas da Alemanha hitlerista chegaram ao poder através do voto e suas ações tiveram respaldo da maioria dos alemães. Importante citar também um famoso deputado federal (de falas fascistas e extremistas) cujas idéias representam as crenças de parcela significativa da sociedade brasileira.

As crianças e adolescentes, seres em formação, são muito vulneráveis do ambiente: a intolerância é aprendida. Se não recebem afeto, orientação e formação sólida em seus ambientes domésticos, ficam à mercê da permissividade e da falta de capacidade de respeitar seu semelhante (seja ele quem for). A não existência de comportamentos de referência e exemplos vindos de seus pais é um ingrediente fatal para o cultivo diário da intolerância em seus ambientes escolares.

É nos ambientes escolares que, frequentemente, crianças e adolescentes extravasam suas perturbações subjetivas e inquietações psíquicas. É através de comportamento agressivo ou de excessivo retraimento que a vítima ou aquele que comete bullying se expressam.

E as escolas que, em pleno século XXI, seguem modelos arcaicos e contraproducentes priorizam os valores cognitivos em detrimento da emoção adoecida e da sensação de vazio de crianças e adolescentes, quase órfãos de pais vivos. Mesmo diante destas aberrações comportamentais, prevalece a idéia de que a escola boa é aquela que “aprova para o vestibular”. Diante destas mazelas, a precariedade e impotência estão presentes tanto em escolas abastadas, que formam os filhos das elites econômicas; quanto em escolas públicas depauperadas, que atendem os que não tem poder de capital: os figurantes mudos, que vivenciam a invisibilidade social cotidiana.

Torna-se decisiva uma profunda reflexão (novos olhares, novos direcionamentos) em torno de tão sérias transformações. A relação entre família e escola tem que ser reforçada e repensada sob os desígnios dos desafios do século XXI, entendendo o quanto o ambiente escolar é vulnerável diante da sociedade da intolerância: o bullying não pode ser pensado isoladamente!

A escola deve ser exatamente o lugar onde o convívio e a tolerância com as diferenças devem ser trabalhados e estimulados na formação de crianças e adolescentes. Tal trabalho continuará contraproducente se todos os envolvidos (pais, mães, educadores, cuidadores, etc) deixarem prevalecer dentro de si os hábitos viciados, os preconceitos arraigados e a mentalidade doentia que são cultivados no dia-dia pela sociedade psicopática.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Programação de Junho de 2011

Coordenação de todos os encontros: Antonino Condorelli (condor_76@hotmail.com) – Jornalista, educador, pesquisasdor e promotor cultural independente; Coordenador da organização-não-governamental Coletivo Quan An; Pesquisador do Grupo de Estudos da Complexidade (GRECOM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Coordenador do Curso de Especialização Estratégias de Comunicação em Mídias Sociais da Faculdade de Excelência Educacional do Rio Grande do Norte (FATERN); Idealizador dos Diálogos Criativos.


ENTRADA FRANCA


Quarta-feira 08/06 – 19:30 hs. - AUDITÓRIO DA LIVRARIA SICILIANO


Encontro
: JUNTOS PELA PAZ: DISCUTINDO O DESARMAMENTO

O encontro visa convidar a sociedade norte-riograndense a reabrir uma discussão de importância vital para o Brasil: a sobre a extrema facilidade de acesso a armas de fogo no país e as implicações e conseqüências deste fenômeno. O massacre na escola Tássio da Silveira em Realengo, no Rio de Janeiro, fez voltar à tona um problema seríssimo que desde o referendum de 2005 – em que ganhou o não à proibição da venda de armas de fogo, o que favoreceu a livre circulação de grandes quantidades de armas “legais” – tinha permanecido afastado da agenda pública. Representantes do Comitê Potiguar pelo Desarmamento discutirão com o público, que poderá interagir livremente, os efeitos sociais da venda livre de armas de fogo no Brasil, quais interesses estão por trás do fenômeno e pensarão junto aos presentes possíveis estratégias para enfrentá-lo.

Facilitadores: Representantes do Comitê Potiguar pelo Desarmamento


Quarta-feira 22/06 – 19:30 hs. - AUDITÓRIO DA LIVRARIA SICILIANO



Encontro: Encontro-show LET'S ROCK (1954-1969): MÚSICA, REBELDIA E CONTRACULTURA

O encontro traçará uma panorâmica sócio-histórica das origens do rock, explorando o contexto histórico dos Estados Unidos nos anos 1950 e 1960 e as raízes de um gênero que, espalhando-se pelos cinco continentes, mudou a cultura e os comportamentos de uma inteira geração. O diálogo será entremeado por apresentações dos músicos presentes, que realizarão um show de rock alterado à conversa, interpretando clássicos do gênero de Elvis Presley aos Beatles, de Chuck Berry aos Rolling Stones, de Bob Dylan aos Doors, entre outros.


Facilitadores: Ugo Monte (ugo100h@digi.com.br) - Rockeiro da banda Ugo and the Jokermen; Marco Navarro - Professor da UFRN e músico amador; Marcel Dore - Percussionista; O guitarrista da banda G2.