segunda-feira, 1 de novembro de 2010

The Beatles e a ética do amor - Quarta-feira, 03 de novembro, às 19:00 horas

Retransmitimos a matéria publicada na edição de terça-feira, 02 de novembro, do jornal Tribuna do Norte para estimular a reflexão e a discussão sobre a temática que será abordada no encontro dos Diálogos Criativos de terça-feira, 03 de novembro.

Os Beatles e a ética do amor

Antonino Condorelli
(dialogos_criativos@dhnet.org.br) - Coordenador dos Diálogos Criativos
Flávio dos Anjos (ffaanjos@gmail.com) - Professor de Direito na FAL e doutorando em Ciências Sociais na UFRN

Liverpool, Reino Unido, 06 de julho de 1957. John Winston Lennon, jovem músico rebelde apaixonado por Elvis Presley e o rock and roll, é apresentado por um amigo comum a James Paul McCartney, que partilha das mesmas paixões. Paul ensina John a afinar o violão e passam a compor e tocar juntos. Pouco depois um amigo de Paul, George Harrison, com apenas quatorze anos junta-se ao grupo. Em 1962, este encontra seu baterista definitivo, Richard Starkey, mais conhecido como Ringo Starr. Depois de atuar com vários nomes provisórios, um amigo de John convence os membros da banda a fazer um trocadilho entre beetle (besouro) e beat (batida ou compasso ritmado), manifestando assim a clara influência que o movimento beatnik exercia sobre os quatro garotos. Nasce, assim, The Beatles: a banda que através da cultura de massa do século XX influenciaria mais do que qualquer outra as mentalidades, os costumes, os valores, os modos de conceber as relações afetivas, sociais e políticas de uma inteira geração, introduzindo uma nova forma de pensar o mundo.

Graças ao poder de penetração da indústria cultural de massa - que naquela época, tanto quanto hoje, favorece enormemente as produções musicais, cinematográficas, etc. de língua inglesa procedentes dos países considerados centros nevrálgicos do capitalismo global, como Estados Unidos e Grã Bretanha – a música dos Beatles faz rir, chorar, pensar milhões de jovens no mundo inteiro, influencia gêneros musicais, instiga novos estilos de vida, contribui a forjar uma verdadeira cultura juvenil internacional que em poucos anos, sob a influência de uma determinada conjuntura histórica e incorporando elementos de outras origens, se torna um dos motores propulsores das contraculturas que sacodem o mundo no final dos anos Sessenta, redefinindo a política, a sociedade e o quotidiano de grande parte da humanidade.

Com certeza qualquer um entre os que estão lendo estas linhas, mesmo se não possuir álbuns dos Beatles, conhece a letra ou saberia pelo menos assobiar a melodia de algumas das canções mais célebres da banda. Mas se as músicas dos Beatles continuam a emocionar ainda hoje, em um contexto cultural, social e político internacional completamente diferente do dos anos Sessenta e Setenta, é porque sua obra é algo mais do que um mero símbolo geracional. Algo que, talvez, seja capaz de tocar os corações e as mentes de pessoas não só de todos os países, mas de todas as épocas. A música como instrumento de comunicação de massa ultrapassa a condição de simples transmissora de mensagens. Sua ação mais profunda penetra nas entranhas, mexe com as emoções, alimenta sentimentos, permite a transcendência e configura-se como instrumento de transformação do humano. A ética impregnada na música perpassa culturas, quebra barreiras ideológicas, religiosas e sociais e chega a uma compreensão profunda gerando uma sintonia entre as pessoas.

Na arte musical dos Beatles foram veiculadas mensagens políticas transformadoras em uma época em que o mundo buscava um direcionamento ético frente às inúmeras guerras declaradas e à silenciosa e rastejante Guerra Fria. Mas estas mensagens vão muito além daquele contexto histórico específico, pois a ética nelas expressa está enraizada no mais universal dos sentimentos: o amor. Examinando com atenção as letras das músicas do grupo e a feitura das canções emerge de forma nítida, avassaladora, profundamente envolvente uma mensagem de amor: amor à vida, ao ser humano, ao outro, à natureza.

É a partir desta idéia que será desenvolvida mais uma instigante discussão no âmbito do projeto cultural Diálogos Criativos, apoiado pela TRIBUNA DO NORTE, em um encontro intitulado: The Beatles e a ética do amor. Na ocasião se tentará traçar umas linhas imaginárias que perpassam as posturas do grupo de garotos conhecido no mundo inteiro, que até o dia de hoje são percebidos como mensageiros de tolerância, compreensão, paz, amor e resistência a modelos de vida e a valores impostos.

O fio condutor da discussão será a convicção de que os Beatles operaram um renascimento musical que permitiu às massas a discussão e a reflexão acerca do mundo e uma nova postura do humano: resistente, mas tolerante. Paralelamente, será apresentada a trajetória da banda: suas origens, a caminhada rápida ao sucesso, a busca espiritual orientadora da sua conduta e o seu fim. Tudo, como não poderia deixar de ser em um evento como este, regado a amplas doses de música e vídeos com o grupo.

O encontro acontecerá quarta-feira, 03 de novembro, às 19 horas no Auditório da Livraria Siciliano, no terceiro piso do Midway Mall, com entrada franca. Para mais informações, visitem o blog http://dialogoscriativosnatal.blogspot.com ou escrevam para dialogos_criativos@dhnet.org.br.

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